Este blog é voltado aos amantes do pensamento. Aqui vocês terão acesso a artigos filosóficos, jurídicos, teológicos e a textos literários da minha autoria e de autorias diversas.
terça-feira, 20 de maio de 2014
segunda-feira, 19 de maio de 2014
O JOGO DOS PORQUÊS
O
medo desarma.
A
paz protege.
O
perdão desconcerta.
A vida
ensina.
O
poder atrai.
A
beleza cega.
O
dinheiro abre portas.
A
pobreza desacredita.
A fé
renova.
A
dúvida congela.
A
arte expressa.
O
sexo borbulha.
O
corpo pede.
A
alma agradece.
Seu
tudo pode ser meu nada.
Meu
nado pode ser seu fundo.
A
ordem é o sangue do caos.
O
caos é a causa da ordem.
Dor
é fugir dela.
Amor
é procurá-la.
Uma
ida ao inferno é fresca pra quem engana.
Um
pouco de céu é tédio pra quem ama seu reinado.
Ser
hipócrita é mentir pra si mesmo até acreditar...
O
idiota que escreveu este poema
Estava
com dor de cabeça e precisava desabafar.
A CURA
O
jardim dos amantes habita no chão da cumplicidade, no céu das tempestades, no
breu das decisões. Entre cada deserto ou oásis que a vida proporciona, a
verdadeira importância dos românticos persiste nos gestos mais simples. Abraço
que fortalece; afago que renova; olhar que confessa; bobagem solta no momento
certo. Seriedade que mesmo desagradando, constrói.
Querer amar sem sofrer é edificar um
edifício arenoso, pois tal sentimento une de uma forma inexplicável, almas
diferentes em um elemento comum que nunca será o mesmo, mas movido pelo adubo
da sua diferença. O amor forja corações dependentes da presença; desejos que só
completos quando divididos. Semeia uma árvore complexa que floresce ou se
compadece numa mesma orquestra. A dor da raiz é a do caule; das folhagens; do
solo. Os frutos nada mais são do que o resumo das partes.
A joia mais viva e cristalina, sem preço,
atualmente é artigo em liquidação.
Reino das Vaidades
A ferrugem da vida consiste em ter de usá-la
para sobreviver, tentando esquecer que tudo passa e o melhor a fazer deveria
ser o que gosto. Mas se é necessário todo sangue doado para arcar com as
despesas necessárias ao corpo, que proveito há nessa balança injusta? Passamos
a maior parte da existência fazendo o que detestamos e nos desculpamos com
algumas gotas de prazer. Quem vive oitenta, caso conte direito, vai descobrir
que, se viveu vinte de verdade, foi muito. Pensamos que domamos o tempo, mas
somos seus escravos. Sempre usados de forma implacável para os seus propósitos.
Enquanto planejamos ou gastamos nossa força,
acreditando no que só é material em nossa mente, a poeira das horas escorre
firme, surda, obediente até o ponto final. Se o sonho chegará, certeza não se
tem. Se haverá amanhã, apenas na teoria profetizamos. Tudo é tão incerto que
preferimos deixar a sorte nos guiar, sabe-se lá para onde. A nossa passagem,
porém, é sempre matemática.
Infelizmente é preciso que o mais precioso
escorra durante a dura lida no mundo. Já que deve ser assim, ao menos que seja
para usufruto da alma. Que seja para formar preces coletivas de agradecimento e
correntes frutíferas de boa vontade.
Somos oprimidos pela liderança que usa seu
livre arbítrio para subjugar os de mesma substância. Desejamos sem saber se
alcançaremos. Deixamos os anos escaparem entre os dedos, sempre frenéticos
pelos títulos e posses, que nunca provarão nada de realmente importante.
Resmungamos muito, mas ignoramos o fato de que a cada minuto milhões de
pessoas, em alguma parte do globo, se foram.
De tanto pensar consegui capturar, do meu
pó, algo de útil.
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